domingo, 15 de março de 2009
eu.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Aquela que vi subindo a rua na madrugada de chuva, que surgiu em meio ao nada trazendo contigo todas as coisas que eu nem ao menos imaginava existir, ela, mulher benfeitora de toda existência.
E eu do alto da janela a contemplar, ah sim a contemplar!
Seu semblante molhado não só da chuva fina que caia, mas também penso eu de toda a escória, maldade e infelicidade que seus passos deixavam para traz e a cada novo levitar pela calçada a certeza de toda paz, esperança e amor que o caminho a ela conduzia, junto a mim, sonho eu.
Toda passividade senti ao dizer a ela que poderia se adoecer com aquela chuva quando simplesmente ela me respondeu relaxe e continuou, virando a esquina e sumindo, minto, nunca sumiu, apenas continuou em seu percurso até sua casa permanecendo na minha vida desde então. E por ela, somente por ela bendigo todas as coisas boas e não só as boas, todas as coisas, todas, em tudo e em nada, afinal sou nós.
Como queria somente sentir saudade, mas sempre tem algo mais...
Nossos sonhos são a parte melhor de nossas vidas.. Joseph Ernest Renan
Pobre Joseph, talvez fosse mais um desses escritores românticos franceses, que não imaginavam uma sociedade ultra pós-moderna como essa em que vivemos, onde sonhos nada mais são do que simplórios dogmas do passado, onde a Liberdade, tão lutada, reivindicada e conquistada em seu tempo e país, hoje apenas não passa de condicionamento e até a liberdade de sonhar é algo controlável por moralismos, costumes e tradições.
Como então continuar com esse que é o maior de todos os sonhos que estamos aprisionados, que é a liberdade? E que desde os tempos Platônicos almejamos?
Simples, que decretem por Lei Universal o fim dos sonhos de uma vez por todas, já que de sonhos estamos fartos, de sonhos estamos privados e cansados.
Que não sonhem mais, apenas vivam, existam e façam algo para que não mais precisemos sonhar e criar doces deletérios de um mundo melhor, inatingível e querido.
Afinal não estamos no supra-sensível como querem os filósofos, estamos sim confinados a viver conforme ditam as regras e seguimos conforme somos lubrificados, como máquinas, essas quais não sonham, não pensam.
Sejamos apenas máquinas de produzir, criar, destruir, sugar e dormir.
E sejamos principalmente Humanos, livres para ter pesadelos como esse que tive, de um mundo sem sonhos, sem esperança e sempre principalmente o que há de mais essencial em nós que é sonhar!