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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Primeiro poema.

Eu gosto da dadá
igual gosto da mamãe
do papai do céu
e da debra.


* esse poema foi escrito quando eu tinha 7 anos, no dia 11/06/93, numa aula do prezinho em virtude do dia dos namorados que seria no sábado próximo.
** dadá era a menina que eu gostava.
*** debra no caso seria minha irmã Débora.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Tive um sonho onde eu era entrevistado por uma comissão do prêmio Nobel, prêmio esse que eu era um dos concorrentes do ano na categoria literatura.

- Bom dia, o senhor é admirado por conseguir conciliar literatura, seja ela poética, ficcional, autobiográfica, filosófica, temas cotidianos ou até mesmo assim por dizer simples em sua obra, você se considera escritor ou filósofo?
- Bem, bom dia, não me considero filósofo, escritor sim, afinal é o que faço da vida, escrever, mas mais que isso me acho sábio, claro que os sábios não os devem achar isso, mas devo ser um sábio alternativo.
- Digo isso pelo seu último livro, onde defende que o ¨ser¨ não existe e foi severamente criticado e questionado a respeito dessa idéia.
- Verdade, na minha concepção falível das coisas o ¨ser¨ não existe, existe sim o ¨estar sendo¨, como tudo, nós sendo humanos, médicos, aviadores, crianças, idosos e as coisas sendo pássaros, extintores de incêndio, lâmpadas e o que mais for.
- Certo, não vamos entrar em detalhes pois temos pouco tempo, uma pena isso, mas já que tocou nisso de sua concepção das coisas, vamos a uma pergunta pessoal, acredita em Deus?
- Acreditar não implica existência, essa é uma pergunta errada, desculpe. Afinal, você acredita no atual presidente do seu país? Acreditando ou não, ele está lá, existe, independentemente de seu julgamento. Acreditar é uma questão moral e não existencial. Talvez a pergunta seria se acho que Deus existe ou não, certo?
- Sim, isso mesmo.
- Então minha resposta é não, confesso que cheguei a pensar que com o tempo isso mudaria, que com vivência, amadurecimento ou visão do mundo como dizem as coisas mudariam, mas não, ainda acho que ele não existe, claro até gostaria que ele existisse e penso que se quer que ele exista, de alguma forma vá existir, como no mundo das Idéias de Platão, tudo existe, basta pensar naquilo, mas aqui, no mundo sensível pra mim ele não existe e isso não interfere em nada.
- É um homem feliz senhor?
- Estou feliz! Como defendo no livro, nada ¨é¨, tudo está sendo. (risos)


Nisso acordo com fome, muita fome.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Sobre o que elas falam no banheiro e nós na mesa do bar.

Dois casais, Raul e Victória e Pedro e Alice se encontram em um bar ao acaso, sendo que Raul já havia sido namorado de Alice e ambos não se viam há muito tempo, enquanto os outros envolvidos na situação jamais se conheceram.
Na entrada do bar se esbarram e se cumprimentam.
- Alice!? Diz Raul surpreendido.
- Raul? Nossa, tudo bem? Quando tempo hein. Como está?
- Pois é, muito, muito tempo. Vou bem e você? Ah! Antes deixe eu te apresentar, essa é minha noiva, Victória, amor essa é Alice uma grande amiga do passado, acho que já te falei dela não foi?!
- Foi sim, verdade! Oi Alice, prazer, nossa como é bonita.
- Oh obrigada, noivos é? Que coisa boa! Bem, esse é Pedro, meu namorado.
Depois dos cumprimentos e toda a apresentação eles entram no bar e procuram uma mesa e sentam-se juntos.
- Então Raul, que tem feito?
- Trabalhado, muito, sou publicitário agora de uma agência de Moda em São Paulo, onde conheci Victória, que alias é modelo lá.
- Humm, interessante, percebi mesmo pela beleza dela, parabéns conquistou uma mulher linda, espero que sejam felizes, alias adooorei seu vestido Victória, lindo, lindo, lindo!!
- Obrigada querida, muito fofa você e bonita também, uma graça essa sua bata, mas e você que faz hoje em dia?
- Bem, to morando no Rio, mas só de passagem, também trabalhando muito e isso me faz mudar sempre, sou Jornalista e o Pedro é fotografo e também nos conhecemos no trabalho.
- Amor, vamos pedir algo pra comer, diz Pedro.
- Vamos sim, peçam vocês que vou ao toalete e já volto, responde Alice.
- Ah eu vou com você querida, diz Victória já se levantando da cadeira e acompanhando Alice.
Elas vão enquanto os homens ficam na mesa e pedem algo, já no toalete elas começam.
- Aqui benzinho, o Raul me falava muito de você viu e confesso que esperava mais do amorzinho dele de adolescência. Solta Victória de primeira.
- Mas que coisa, ele nunca me falou de você, que estranho né? E já noivos assim? Responde Alice.
- Querida você sabe como é, homens de verdade escondem o que têm de mais precioso. Victória diz retocando a maquiagem e intimidando Alice pelo espelho.
- Então cuidado amor, pois ele pode está escondendo muita coisa de você então. Alice com o delineador.
- Fofa, ou melhor, gorda! Tenho certeza que ele não está escondendo nadica de nada de mim, certo? Agora vê se se toca e não banca aloca de quinta categoria que você é. Já perdendo a classe Victória.
- Nossa, incomodo tanto assim? Caso sim, se mude! Alice esnoba o comentário.
- Bem, incomoda sim, mas prefiro continuar aqui sabe? No mesmo espelho que você, assim eu posso ver o quanto sou mais bonita que isso do meu lado.
Enquanto as duas trocam formalidades lá dentro os dois começam uma conversa.
- E ai Pedro, que vamos pedir?
- Bem, enquanto elas demoram, uma cachacinha pra começar e pra comer não tenho idéia amigão! Pede ai o que tiver um preço salgado que elas vão achar doce com certeza.
- Boa rapaz!!
- Lugar bom esse hein? Olha aquela garçonete, que delícia, será que ela só serve ou também é servida?
- Oh cara isso eu não sei viu, mas se servirem já sei o que pedir.
Silêncio de uns quatro minutos, olhares pelo bar, pelas mulheres desacompanhadas, pelas garrafas no balcão e no relógio na parede já marcando mais de oito minutos de espera.
As duas permanecem no toalete.
- Queridinha e quando eu disse que achei uma graça sua bata, lógico que foi uma piada viu, achei uma graça por ser engraçada, de feiúra! Mas combina bem com você, lembra muito uma cortininha de botijão de gás, combina sim com seu corpitcho. Solta sem dó Victória.
- Obrigada amor! Eu também estava ironizando sobre seu vestido de brechó, que coisa brega!!
- Muito né? A diferença é que freqüento brechós em Paris queridinha e você?
- Bem, vamos voltar né, afinal se você deixar seu noivo tanto tempo sozinho assim é perigoso voltarmos e nos depararmos com coisinhas que você não iria gostar.
As duas voltam sorridentes, como se nada tivesse acontecido e se juntam aos homens.
Raul diz:
- Então meu bem, como foram?
- Amor, adorei sua amiga!!! Uma meiga ela, fiquei sabendo de cada uma viu... Diz com o ar de sinceridade absoluta Victória.
- E vocês hein amor, que ficaram falando aqui sozinhos? Alice para Pedro.
- Ah amor, nada demais, só coisas do trabalho e coisas assim mesmo, muito interessante o novo projeto do Raul que falávamos, até estamos com umas idéias ai para algo junto, não é Raul?
- Claro! É sim, gostei do Pedro, Alice. Está aprovado, muito inteligente ele e claro, vamos sim desenvolver esse nosso projeto.
E segue-se adiante mais um encontro rotineiro entre casais adultos e modernos.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

carta para daqui a alguns anos.

E porque será que não optei por sair da cidade, cursar uma faculdade, me preparar para o mercado de trabalho, ter ambições maiores e todas as coisas que a maioria das pessoas querem ao inves de ficar aqui, ter uma vida simples e apenas querer trabalhar na biblioteca municipal?
é que sou assim, é o que me faz ser eu, me faz bem, vivo e feliz.
e ainda mais porque te amo e espero talvez o dia que você chegue a mim e diga ¨estou cansada do que vivi, vi e conheci, quero paz.¨ e me abrece e me beije.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Cantiga de Maio Triste.

E se for chuva, chuva será
se quer a vida nos separar.
Por onde andas, onde estará?
O seu sorriso a me animar.

E se for vento, vento será
o tal culpado de nos afastar.
Te leva longe do meu estar,
traz tanto frio onde quer que eu vá.

E se for terra, terra será
sempre a mesma que irei andar.
Pode ser longe, outro lugar
o que importa é que vou te achar.

E sendo assim, assim será
por toda a vida irei te amar.
Mesmo que agora não esteja a par,
esse destino me faz cantar.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

não tenha medo do que é melhor em mim, do que realmente sou, já que somente você pode despertá-lo.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

prece de cordel.

Oh quem me dera
se ela quisesse
e com um sorriso viesse
conforme peço nessa prece.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

réquiem do aniversário.

Hoje faço vinte e três anos, viva a vida!
Mas fico mesmo é pensando na morte,
de como seria, e creio será sofrida.
Afinal do que morre um poeta?
Morre do coração, é essa a sina,
dos que vão sem viver a vida
que sempre sonham ser vivida!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

palavras excluídas e livres.

algumas palavras ainda não nasceram, ou seja, não foram caratalogadas naquela prisão feia chamada dicionário.
entre ela há ¨caetanar¨, que quer dizer falar baixinho num domingo de manhã com a mulher que se quer ter filhos, ou ¨serfelizcendo¨ com a vida que ¨sedeu¨, cedendo à palavra também nova e triste que é sem o ¨amorceu¨.
há também o ¨vemcalaboca¨, que é aquela antes do peso dos dois corpos juntos caindo no colchão.
o ¨retinar¨dos olhos seus, que é a ponte de mãos dadas, o ¨ciumedor¨ e a ¨suabelezasó¨.
¨esmeraltina¨ da cor do seu casaco e ¨dejesoína¨ que sou viciado.
todas elas únicas, como você, que não há outra que possa querer ser.