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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O fogo, o suor, sua vulva incandecente, você simulando a descente,
descendo, vagarosamente, como o esperma que por suas coxas descem suavemente.
Seu cheiro, sussuro, tremendo que nunca mente, e seu jeito de menina-mulher implorando que seja devagar e em frente.
O frenesi, o topor, todas as palavras molhadas de amor.
Sua boca que se encontra onde for, e eu te procurando nessa cama pra mais e mais fervor.
Nunca seque ou se esquece que isso tudo é um devaneio de um louco que nem sequer te merece.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

entro no ônibus, de manhã, sem dormir direito, sem vagas para sentar, vago, até ouvir um audacioso e fino ¨senta aqui moço, ta livre¨, quem diz é uma garota, bonita, daquelas que a gente percebe que tem um certo jeito de andar e rebolar apenas de vê-la sentada paradinha ali na poltrona.
silêncio, só quero chegar no destino e cumprir com a obrigação do trabalho, voltar pra casa e mais nada, não quero conversa, quero apenas olhar pro lado e nem querer ela, mas não teve como, toda aquela simpatia acaba com qualquer falta de clima.
ela logo manda um ¨oi, tudo bem, como se chama,que se faz?¨. respondo.
a replica dela foi ¨nossa, escritor, que legal, to com saudade do meu último livro, sabe, adoro ler, mesmo¨. nisso, me interesso um pouco e minhas pernas e instinto sismam em chegar mais pro lado, procuro saber qual livro.
ela diz ¨lua nova sabe? lindo, aquilo que é vida..e blablabla suave¨.
nisso aperto as coxas da menina e desço cinco pontos antes do meu destino.
no resto do caminho, percebo como o amor e a vida foram deturpados, assim como tudo nessa coisa opaca que gira cheia de pessoas fornicando e se iludindo assim que a primeira palavra foi dita e escrita na História cosmodemôniaca do mundo. recomeço.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Geralmente as relações são banhadas em dilemas, muitos em dilemas medíocres, destaco um, que chamo de ¨viver o eterno¨, um eterno cotidiano, não um eterno transformador, revigorante, costrutivo ou motivacional a novos horizontes.
Esse eterno cotidiano, é quase cego, tetraplégico e impotente, receoso de ir além da insegurança do não mais ter o outro e indisposto a realmente viver com o outro.
Visto isso, não fica notório as sempre mesmas questões a se perguntar numa relação? O excesso de vaidades e egóismos? E também toda uma cotidiana encenação de palavras soltas decoradamente afim de sempre receberem as mesmas respostas, como a mais cruel de todas, o eu te amo, que deve ser regado todos os dias, tempos e momentos nesse eteno cotidiano numa relação.
Fora isso, abaixo a isso do eterno cotidiano, muitas futilidades que preenchem o campo afetivo numa relação seriam suspensos, afinal, os envolvidos na relação deixando de lado todas essas frivolidades quase que inquisidoras se transportariam para algo além, algo superior ao vício de temer, do receio e repito insegurança, essa, causadora na maioria das vezes de todo esse eterno cotidiano.
Para ficar mais claro esse meu propósito, vejo o eterno cotidiano, de uma maneira bem simples, como aquele eu te amo, você me ama? joguinhos entre casais para testar o que ontem já foi demostrato e carimbado como certo. Essa ação retrógrada, esse frear nas relações que me incomoda, vejo nele algo como uma âncora num navio, onde seus tripulantes sempre observam uma linda ilha por perto, mas como estão atracados nesse lugar, nem sequer imaginam que possa haver algo maior na vastidão de um oceano, não sei se a analogia é boa, mas é assim que percebo esse eterno cotidiano, que não passa de um eterno receio em voltar as mesmas questões dia a dia.
Ou talvez Woody Allen realmente estivesse certo ao afirmar que as relações são irracionais, medíocres, falsas, absurdas e malucas.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Pai, tem noção do que significa essa palavra pra um menino?
tem noção do quando te ver, falar oi e com um sorriso no rosto e você simplesmente entrar no carro e continuar tendo em vista algo mais importante do mundo cosmodemoníaco dos engravatados?
imagina o que é a ausência paterna numa simples final de campeonato de futebol da cidade onde o time do seu filho é campeão, aprender a nadar e se sentir o super homem por alcançar o fundo da piscina com uns 8 anos, mas sozinho, terminar o colegial, entrar pra faculdade e conseguir tantas outras tais vitórias na vida mas nunca ouvir um ¨boa garoto, parabéns¨ vindo de um timbre de voz paterno, nunca falar de garotas com o pai, nunca saber como conseguiu conquistar a melhor mulher do mundo, aprender a soltar pipa sozinho, querer imaginar que você apenas errou, como todos erram, mas que pode melhorar, mesmo nunca ajudando.
mesmo eu sabendo que tenho em casa a melhor mãe do mundo e a mulher mais especial, todas essas coisas me atormentam, simplesmente por eu ser homem, menino que nunca viveu o sentimento pai, por completo.
sinceramente, eu não sou pessimista, suícida e muito menos realista, nada disso, nada dessas coisas que se encaixem na desarmonia que é minha vida.
eu só não vejo adiante, só isso, só não sei me ver bem lá na frente, trabalhando, tendo domingos de descanso e toda a idealização de toda uma sociedade.
não é também um sofrimento clichê, batido ou fruto da minha idade.
é só que o máximo que consigo enchergar de mim é um completo e absoluto nada, um nada corrosivo, dilacerante e mórbido, um nada muito além do nada.
dizem que todas as pessoas se conhecem e depois de um certo tempo se encontram, legal, posso dizer que já me conheço ao ponto de não me encontrar em lugar nenhum, sei de minhas potencialidades e tudo o mais, apenas não quero ou não vejo onde adequar isso, afinal tudo é hipocrisia, falta de senso, nexo e amor, tudo é tão falso, tudo tão constrangedoramente não humano que meu instinto bom não me permite continuar nisso que se chamam corrida pela vitória.
avisos não faltam, muitos dizem, continue, é só uma fase, fazer algo que não gosta pra na frente ter algo vale a pena, abaixo a isso porra! nunca!
não que eu seja um revolucionário idiota, longe disso, é que ser humano, demasiado humano num mundo onde toda a humanidade é negada me faz mal, muito mal.
e sempre me pergunto, o que nos faz continuar? família? amigos? ambições? temores? o que? e cessando tudo isso, o que resta?
fico imaginando quando minha família, ou os pilares dela, se forem, o que restará? talvez por isso continuemos criando famílias, sonhos, ambições e todo e qualquer meio de se seguir adiante, pois acabando isso, acabou-se tudo.
o ruim em mim, é que tudo isso já é visto como acabado, como não próspero ou motivador, apenas por que penso que acabo sabendo demais de coisas que não deveremos nunca saber.
e digo, sou o mais feliz dos homens quando apenas um lapso de felicidade desaponta no meu peito e isso é muito constante, tal como o amor que sinto por querer viver e o desapontamento que isso me causa.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Viva Macunaíma, viva Iemanjá, calor, sangue e pedra.
Viva Chico, Maria, viva João!
Viva Gláuber Rocha, Viva o sertão e a Mantiqueira, Viva!
Abaixo a Abbey Road, abaixo a Warhol, Duchamp ou Banksy!
Abaixo a Nouvelle Vague, ao Château e ao Time Square.
Viva saudade, palavra nossa, que não se traduz, Viva!
Viva Tom, Elis, Caetano, Belchior e você neguinha.
Viva o terreiro, o tchê, uai e a ordem e progresso que nunca vai.
Abaixo ao underground, aos realites, royalts e os rolls royces.
Viva Milton, miséria, o samba, sampa e a vida não séria
que faz desse meu país uma casa distraída e sem saída.
Viva! Viva Fortaleza e sua beleza Lidiana.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

ame gostos, ame cheiros, ame temperos,
ame estradas, ame casas e ame crianças.
ame os astros, ame barcos, ame circos,
ame vozes, ame o ar, ame o mar,
ame o vento, ame você e ame saudade.
ame o desespero, ame carinhos, ame a tristeza.
ame a felicidade, ame a vontade e ame viver.
ame, simplesmente ame e mais importante
ame amar!

sábado, 2 de janeiro de 2010

..iste.

e se na verdade ele for triste
se o que sonha nem existe
e ainda assim ele persiste
mesmo que nada conquiste
nisso de viver que insiste.