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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

entro no ônibus, de manhã, sem dormir direito, sem vagas para sentar, vago, até ouvir um audacioso e fino ¨senta aqui moço, ta livre¨, quem diz é uma garota, bonita, daquelas que a gente percebe que tem um certo jeito de andar e rebolar apenas de vê-la sentada paradinha ali na poltrona.
silêncio, só quero chegar no destino e cumprir com a obrigação do trabalho, voltar pra casa e mais nada, não quero conversa, quero apenas olhar pro lado e nem querer ela, mas não teve como, toda aquela simpatia acaba com qualquer falta de clima.
ela logo manda um ¨oi, tudo bem, como se chama,que se faz?¨. respondo.
a replica dela foi ¨nossa, escritor, que legal, to com saudade do meu último livro, sabe, adoro ler, mesmo¨. nisso, me interesso um pouco e minhas pernas e instinto sismam em chegar mais pro lado, procuro saber qual livro.
ela diz ¨lua nova sabe? lindo, aquilo que é vida..e blablabla suave¨.
nisso aperto as coxas da menina e desço cinco pontos antes do meu destino.
no resto do caminho, percebo como o amor e a vida foram deturpados, assim como tudo nessa coisa opaca que gira cheia de pessoas fornicando e se iludindo assim que a primeira palavra foi dita e escrita na História cosmodemôniaca do mundo. recomeço.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tens razão... Está tudo deturpado...
Mas que a culpa vá pra longe do sono durante as madrugadas...